Economista-chefe da CNC admite fundo do poço, mas vê comércio com otimismo

No fundo do poço, mas com perspectivas otimistas para o futuro. Essa é a visão do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Carlos Thadeu de Freitas Gomes. Durante palestra na sede da Fecomércio-BA realizada nesta quinta-feira (21), ele avaliou que o Brasil e a Bahia já chegaram ao seu pior momento, e que por isso não há outro caminho a seguir, senão o da saída do poço. “Eu, particularmente, já á vivi momentos muito mais difíceis”, destacou, lembrando da crise que o país enfrentou na década de 80. Comparando com o momento econômico de cerca de 30 anos atrás, Carlos Thadeu levantou três motivos principais para sustentar seu otimismo, incluindo o fator desemprego. “Está alto, está aumentado, mas que não é como no passado. O país com a quebra de moedas, o desemprego ia lá pra cima”, explicou. “Cerca de 1,5 milhão de pessoas perderam o emprego formal. Mas não é trágico. Quando o trabalhador perde o emprego formal, ele está indo para o informal. Obviamente que ao perder a formalidade, cai a arrecadação do governo”, ressaltou. O economista também comentou que as reservas em dólares podem dar segurança à economia nacional. “Nós temos reservas internacionais de 300 e poucos bilhões de dólares. Nunca tivemos no passado essa quantidade de reservas, que não vão se perder rapidamente […]. O governo gastou mais do que podia, mas gastou em reais, não em dólares, como na década de 80”, lembrou. Por fim, ele também elencou a manutenção do real como motivo para acreditar em uma saída rápida da crise. “As trocas de moedas representaram momentos dificílimos. Pelo menos nós temos uma moeda que não foi trocada”, destacou. No período de 12 meses encerrado em outubro do ano passado, 64 mil estabelecimentos comerciais fecharam no Brasil, o que representa uma variação negativa de 9,1%, enquanto na Bahia a queda foi de 6,7%. “A situação aqui está menos pior que no Brasil como um todo”, analisou o economista-chefe da CNC. Apesar da retração, ele acredita que os empresários também compartilham uma boa previsão para o setor: “O empresário do comércio está pessimista hoje, mas está otimista pra frente”. Para que o governo não encontre um alçapão dentro do fundo do poço, Carlos Thadeu adverte que brigas políticas devem ficar afastadas das decisões econômicas. Por outro lado, com as decisões tomadas de forma racional, ele aposta na retomada do crescimento econômico, apesar de não estimar quando ela vai acontecer: “Eu sou muito otimista do ponto de vista que o país é maior do que a crise”.

Fonte: Bahia Notícias