“EU JÁ VI PESSOAS CAÍREM NOS 14 DEGRAUS DA ESCADA DA RODOVIÁRIA”, DIZ CADEIRANTE SOBRE A ACESSIBILIDADE EM RIBEIRA DO POMBAL

Neste sábado,03 de dezembro, é lembrado em todo mundo o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. E mais uma vez a questão da acessibilidade volta a ser discutida. Graça Miranda, coordenadora da FCD- Fraternidade Cristã  de Pessoas com Deficiência Física de Ribeira do Pombal, disse que como cadeirante, conhece muito bem essa realidade de dificuldades de acessibilidade, citando como um dos maiores absurdos o Terminal Rodoviário de Ribeira do Pombal, que não tem rampa de acesso e ela já viu pessoas com deficiências cairem na escada de catorze degraus que dão acesso à plataforma.

“Já pensou uma pessoa vir de uma cirurgia em Salvador e ter que subir catorze degraus na rodoviária”?, diz em tom de protesto.

Graça também chamou atenção para a Praça Cabo Anselmo, em frente ao Complexo Esportivo Ferreira Brito, modernizada em 2013, mas que não tem rampa de acesso.

Ela também apelou para que a Câmara Municipal que, inclusive está passando por uma reforma, construa banheiros acessíveis, pois alguns eventos cujo público sejam as pessoas com deficiência não podem ser realizados ali porque não tem banheiros acessíveis. “Já pensamos em solicitar o espaço para realizar eventos ali, mas não tem como”.

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Ela lamentou que muitos imóveis onde funcionam serviços públicos, como prefeitura, secretaria de saúde, assim como centros comerciais construídos recentemente na cidade também não apresentem uma estrutura que respeite completamente à acessibilidade. “Todos esses lugares que não temos acesso, estão nos excluindo”.

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Segundo ela o problema se repete em clínicas particulares, onde os balcões são muito altos e obrigam o cadeirante a levantar para tentar ver e falar com a pessoa que está atendendo.

Ela criticou ainda a falta de piso tátil nos espaços públicos para pessoas com deficiência visual e o fato de pizzarias e bares ocuparem as calçadas com mesas e cadeiras, desrespeitando a Lei de Acessibilidade, que não diz respeito só à pessoa com deficiência, mas também ao idoso, a quem transporta um bebê num carrinho, às gestantes e a todas as pessoas com dificuldade de mobilidade.

Segundo Graça, muitas das rampas existentes na cidade não seguem as regras da ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas, pois são feitas por profissionais que muitas das vezes não conhecem profundamente as exigências de um projeto de acessibilidade.

Ela disse que essa preocupação deve ser de todos, pois deficiência não é só aquela que nasce com a pessoa, lembrando que muitas deficiências nascem de um acidente, de um derrame, por exemplo, e que todos estão sujeito a um dia a viver uma situação dessa e passar a ser um excluído por falta de espaços ajustados às pessoas com deficiência.

Redação localhost/sitepombal

Fotos: arquivo pessoal Graça Miranda