Justiça do Rio condena Zelada a 4 anos de prisão por fraude em licitação

A 27ª Vara Criminal do Rio condenou o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada a quatro anos de prisão em regime semi-aberto por fraude em uma licitação em que a vencedora foi a Odebrecht, causando um prejuízo de milhões de dólares à estatal, como informou a GloboNews. A sentença foi publicada na segunda-feira (11), de acordo com a assessoria de imprensa da Justiça do Rio.

Segundo a decisão, Zelada também terá que pagar multa de US$ 16,5 milhões de dólares (cerca de R$ 66,75 milhões) – 2% do valor do contrato entre a Petrobras e a Odebrecht, de US$ 825,6 milhões (R$ 3,34 bilhões).

De acordo com a investigação do Ministério Público do Rio, em 2009 a área técnica da Petrobras sugeriu a contratação de duas consultorias para avaliar passivos ambientais da empresa no exterior, com o valor sugerido de US$ 6 milhões (R$ 24,2 milhões). Zelada, no entanto, teria decidido contratar uma única empresa. Para isso, criou uma comissão de licitação viciada, segundo a denúncia.

O advogado de Jorge Zelada, Renato de Moraes, disse que a defesa está “inconformada” com a decisão e pretende recorrer da sentença para fins de absolvição. O recurso só poderá ser interposto quando o a Justiça do Rio retomar as atividades, em 21 de janeiro.

Uma cópia da denúncia MP foi anexada aos autos da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

Outra denúncia
Jorge Luiz Zelada ainda responde por outros crimes na investigação da Lava Jato. Em agosto, o juiz federal Sergio Moro aceitou denúncia contra Zelada e mais cinco acusados. O ex-diretor da Petrobras responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas.

Zelada e o lobista Eduardo Vaz da Costa Musa, com intermédio do lobista Hamylton Pinheiro Padilha Junior e do operador João Augusto Rezende Henriques, são acusados de receber US$ 31 milhões a título de propina a partir de irregularidades em contrato de afretamento de navio-sonda.

Segundo Moro, descobriu-se ao longo das investigações duas contas secretas de titularidade de Zelada, mantidas no Principado de Mônaco, “uma delas com saldo sequestrado de 10.294.460,10 euros”.

Ainda conforme o juiz, há provas de “materialidade e autoria dos crimes”, não sendo a denúncia embasada apenas nas delações. Uma delas é a documentação das transações consideradas ilícitas e transferências bancárias do pagamento de propina. O advogado Renato de Moraes, que representa Zelada, disse que seu cliente irá mostrar a “inconsistência das acusações”.

Fonte: G1