O PROBLEMA É FINANCEIRO, DIZ VEREADOR SOBRE A SITUAÇÃO DO HOSPITAL GERAL SANTA TEREZA.

Em entrevista concedida na última quarta-feira, 07, o vereador Fábio de Nadja disse que entende como positiva a vontade política de resolver a situação do Hospital Geral Santa Tereza. Mas a forma de como isso será feito, precisa ser mais discutida. Ele espera que o governador não esteja tirando um problema que lhe diz respeito e passando para os municípios.

Fábio argumentou que R$ 1.900.000,00 (um milhão e novecentos reais) para gerir o hospital e mais R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil) mensais para contratar uma empresa de consultoria, valores que constam no edital da licitação que ainda não foi cancelada, não vão ser suficientes e os municípios poderão ter que colocar dinheiro, tirando dos recursos próprios.

Para o ele o problema não é ser contra ou favor da formação de um consórcio para administrar o Hospital, até porque já voltou a favor da formação do consórcio por entender que é uma forma de gestão inovadora. Porém ele argumenta que não há como não se preocupar se isso será feito tecnicamente, chamando atenção que o orçamento da saúde do governo do estado para 2017 sofrerá uma queda. “A população quer que se faça mais atendimento. Esse dinheiro dá? E se não der, os municípios vão repassar a mais?”, indagou o vereador acrescentando ainda que o Consórcio não deve ser formando pensando apenas no Hospital Geral Santa Tereza mas de forma mais ampla para a saúde da região, podendo o consórcio assumir  SAMU, Assistência Farmacêutica, toda gestão da Atenção Básica e uma eventual Policlínica.

Fábio entende que a ideia de descentralização está de acordo com o que pensa o SUS. Porém, para ele, essa descentralização deve ser feita com mais recursos. Ele também demonstrou preocupação com os funcionários que já estão trabalhando pela Fundação José Silveira na unidade Hospitalar, indagando se o consórcio vai aproveitá-los e se manterá os padrões salarias que eles têm.

Ao ser questionado por que a Fundação não abre mão do contrato, uma vez que os repasses do governo não são suficientes para gerir o hospital, o vereador disse que acredita ser devido a filantropia que isenta a entidade de INSS, alertando que esse benefício o Consórcio dos Municípios, por lei, não poderá ter, e até isso vai ser um custo que terá de sair dos valores repassados pelo estado.

Fábio apresentou um relatório do balanço do último trimestre que demonstra que a Sesab deve à Fundação. “Até junho o estado deve 4.500.000,00 (quatro milhões quinhentos mil) à Fundação. Não tá  pagando. Chega no dia 25, paga um milhão e trezentos e no meio do mês, vai pagar o restante de R$ 600 mil. Por isso que acaba atrasando as férias, atrasando o 13º. Isso eu tenho em relatório”, justificou.

Para Fábio o problema não é quem vai gerir o hospital, o problema é se o governador vai repassar mais dinheiro, pois do contrário a situação não vai mudar, pois os custos são 740 mil com médicos, mais quase 600 mil com funcionários, 23 mil reais de água, 30 mil de energia, 150 mil reais por semana de medicamentos e materiais. “O dinheiro não dá. O problema é financeiro”, sentencia.

Fábio disse que já conversou com o prefeito Ricardo Maia sobre o assunto e que foi informado pelo próprio prefeito do teor da reunião com Rui Costa, quando foi discutida a questão da formação do consórcio para gerir o hospital, recebendo dele a informação de que esse era o desejo do governador. “Eu disse a ideia é excelente, agora o que ele (governador) tem que fazer, é mandar dinheiro”, ponderou o vereador reconhecendo que se não for assim a situação do Hospital pode continuar a mesma ou até piorar.

Redação e fotos localhost/sitepombal