2019 foi o segundo ano mais quente de todos os tempos, encerrando a década mais quente da história, diz Nasa

A década de 2010 foi a mais quente da história, sendo 2016 e 2019 o primeiro e o segundo ano mais quentes de todos os tempos, respectivamente. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (15) pelas agencias Nasa e National Oceanographic and Atmospheric Administration (NOAA), que coletaram dados de milhares de estações de pesquisa sobre temperatura em todo o mundo.

De acordo com os pesquisadores, o aquecimento do planeta tem sido causado em grande parte pelas emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.

“O registro da temperatura da superfície [da Terra] nos mostra que a última década foi mais de 1º C maior que o final do século 19 e sabemos que isso foi impulsionado pelas atividades humanas”, disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, que conduziu a análise dos dados, ao jornal The New York Times.

As análises divulgadas nesta quarta mostraram que as temperaturas médias globais da superfície do Planeta em 2019 foram quase 1ºC acima da média entre os anos de 1951 a 1980.

Os resultados são parecidos com os de uma análise do serviço europeu Copernicus publicada na semana passada, que também mostrou que 2019 foi considerado o segundo mais quente da história.

Os registros sistemáticos sobre a temperatura global começaram a serem feitos em 1850.

Década mais quente

Em dezembro passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou relatório que já havia mostrado a atual década (2010-2019) como a mais quente da história.

O documento da ONU indicou que as temperaturas globais superaram nos primeiros 10 meses de 2019 em 1,1ºC a média da era pré-industrial (1850-1900) e salientou a aceleração das consequências das mudanças climáticas.

Consequências da mudança do clima

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Foto: AFP/BBC

Os incêndios na Austrália já deixaram milhões de hectares arrasados pelas queimadas. — Foto: AFP/BBC

Em 2019, foram registradas secas na América Central e Austrália, ondas de calor na Europa e Japão, assim como supertempestades no sudeste da África e incêndios devastadores no Brasil, na Califórnia (EUA) e na Austrália.

Milhões de pessoas já sofrem as consequências da mudança climática, o que evidencia que esta não é apenas uma ameaça para as futuras gerações, mas também para as atuais.

No primeiro semestre de 2019, mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas dentro de seus países, segundo o Observatório de Situações de Deslocamento Interno. Deste total, sete milhões o fizeram por causas relacionadas com fenômenos meteorológicos extremos como tempestades, inundações e secas, um número que pode alcançar 22 milhões para o conjunto do ano.

Fonte: G1