Nesta terça-feira, 21 de março, Dia da Síndrome de Down, a reportagem da Pombal FM esteve na Escola Municipal Rui Barbosa, uma unidade de ensino comum regular, onde estudam 183 alunos dos quais 70 têm necessidades educacionais especiais, destes, 10 têm Síndrome de Down.
Ali mais que um dia de aula, uma série de atividades foi realizada para proporcionar um momento contextualizado com a data aos alunos de um modo geral, mas com foco nos alunos com Síndrome de Down, que demonstraram mais uma vez toda a sua potencialidade desde atuar como um músico da Filarmônica XV de Outubro até ao que pratica o Judô.
Fábio Alex, músico da Filarmônica
Antes de iniciar as atividades, a Coordenadora da Educação Especial, Sara Santos, e a Coordenadora regular da unidade de ensino, Jordânia Chaves, receberam a nossa reportagem e falaram sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down e como a escola trabalha a educação inclusiva.
Repórter Tony Santos, aluno e equipe de trabalho do Rui Barbosa
Sara Santos, que fez mestrado em Supervisão Pedagógica, explicou que ao contrário do que muita gente pensa, a Síndrome de Down, também chamada de Trissomia (um cromossomo extra em um organismo diplódi), não é uma doença e sim uma alteração genética, já que a pessoa com síndrome de down nasce com 3 cromossomos 21, um a mais do que as pessoas que nascem sem essa alteração genética. Daí a razão pela qual 21 de março ter sido escolhido como o Dia Internacional da Síndrome de Down.
Sara Santos explica ainda que mesmo a alteração genética não sendo uma doença, ela poder vir acompanhada de algumas patologias, como problema na visão, na dicção, obesidade e problema cognitivo.
Ela faz questão de salientar que a pessoa com Síndrome de Down não pode ser vista pela sociedade como um doente incapaz. “Todo ser humano tem sua potencialidade e a escola é um espaço para a criança mostrar essa potencialidade”, ressaltando que o Rui Barbosa oferece o ensino regular e que nela existe uma classe especial que serve como preparação, tanto para a família quanto para o aluno, visando uma socialização e uma aceitação, e a partir daí o aluno é encaminhado para uma sala regular.
Fábio Alex ao lado da coordenadora da Educação Especial Sara Santos
Sara orienta os pais que têm filhos com Síndrome de Down a trabalhar a independência deles desde cedo porque isso vai fazer uma diferença muito grande no futuro e as portas do mercado de trabalho vão se abrir mais facilmente para eles. “A empresa vai observar isso (independência) e vai valorizá-lo”, diz a coordenadora.
Kaique não desgruda de seu violão
Já Jordânia Chaves, Coordenadora regular da Escola Rui Barbosa, diz que é um prazer trabalhar com esses alunos porque a cada dia eles mostram o quanto são capazes. Ela citou, por exemplo, o aluno Fábio Alex, que toca na Filarmônica XV de Outubro, outros que praticam judô e até quem ajude o pai na empresa na embalagem de farinha, como Emerson.
Alunos Emerson e Kaique, e Jordânia, coordenadora regular
“Os professores ao planejarem suas aulas precisam fazer isso para todos os alunos, tanto os que têm limitações quanto para o que não têm”, diz Sara, acrescentando que a Prefeitura de Ribeira do Pombal vem buscando oferecer cursos de capacitação com a finalidade de cada vez mais preparar o professor para lidar com a educação inclusiva.
Quanto a resistência de pais em matricular os filhos que não têm necessidades educacionais especiais em uma escola regular que atende alunos especiais, Sara disse que existe ainda um certo percentual de pais que demonstram essa resistência, mas no Rui Barbosa, especificamente, isso tem diminuído consideravelmente devido à boa socialização e interação existentes ali. “O nosso trabalho pedagógico está mostrando à sociedade que essa é uma escola regular”, chamando atenção da sociedade para que não haja a estigmatização de que as crianças especiais são incapazes, o que não é verdade.
Ainda sobre a resistência dos pais em matricular os seus filhos em escolas que atendem crianças especiais, Jordânia Chaves diz que isso acontece mais na turma do 1º Ano, mas a partir do primeiro dia de aula a escola já trabalha essa questão para que o aluno da sala regular receba o aluno especial de braços abertos.
Redação localhost/sitepombal
Fotos: Escola Municipal Rui Barbosa