Em uma residência simples localizada no Bairro Pombalzinho, em Ribeira do Pombal, mora Ingridy Santos Pereira, 20 anos, atleta do Projeto Judô nas Escolas. Ela, o pai, José Félix Jesus Pereira, a mãe, Mônica dos Santos, e mais três irmãos enfrentam uma realidade presente em muitos lares brasileiros.
A diferença, porém, está na união e na capacidade de superação. Não bastassem as limitações financeiras, a família de Ingridy tem um desafio ainda maior: cuidar da mãe, Dona Mônica, 38 anos, que sofre de artrite e artrose, uma enfermidade que a impede de caminhar e pela qual recebe um auxílio-doença, que somado ao Bolsa Família, forma a única renda da casa.
Ingridy e os pais
Em meio a tantos obstáculos, Ingridy encontrou no Judô um caminho que a fez sair do anonimato e virar manchete na mídia regional, estadual e nacional, diante de tantas conquistas representadas nas medalhas, troféu e placas recebidas por triunfar em Campeonatos de Judô, disputados desde 2011 em nível estadual e nacional, competindo com atletas com histórias de vida com menos percalços que a dela.
Ingridy, a mãe e o professor Vlademir
Narrativas emocionantes como a de Ingridy, têm sempre a atuação de um personagem que cruza o caminho pelas coincidências reservadas pela dinamicidade da vida. É aí que entra Vlademir Matos, idealizador e professor do Judô nas Escolas, a quem com lágrimas nos olhos, Ingridy, enquanto conversava com a nossa reportagem, classificou como um pai para ela.
66 medalhas conquistas
Antes de existir o Judô nas Escolas, Ingridy já treinava na Academia do Professor Vlademir, sem pagar mensalidade, e dali foi levada por ele para participara do projeto, iniciado em 2010 na então administração do ex-prefeito Zé Grilo, e que teve continuidade com o prefeito Ricardo Maia, que segundo Vlademir vem dando um apoio importante.
Ingridy e as placas de destaque do ano no estado da Bahia
Era o apoio que faltava para mostrar ainda mais sua dedicação e força de vontade, aspectos que o Professor Vlademir vê como a maior qualidade da atleta, que coleciona 66 medalhas, um troféu de campeã brasileira e placas por ser judoca destaque no Estado da Bahia em 2015.
Ingridy ainda não conseguiu ganhar dinheiro com o Judô e continua vivendo sua vida cercada por desafios, inclusive com a doença de sua mãe, que terá que fazer uma cirurgia. Mas o caminho já foi encontrado e é por ele que ela vai trilhar em busca da realização dos seus sonhos, sabendo que daqui para frente a tarefa será ainda maior, pois agora com 20 anos de idade, como disse o professor Vlademir, as adversárias de Ingridy serão ainda mais preparadas por não ter mais limites de idade.
Porém para quem enfrentou e enfrenta tantos desafios, esse será mais um na vida de Ingridy, que não desiste dos seus sonhos de um dia poder dá uma vida melhor para sua família e enxerga no Judô um caminho não só para isso, mas também para crescer ainda mais como cidadã e fazer com que a sua história sirva de exemplo para outros jovens e adolescentes que vivem uma realidade parecida ou até mais difícil que a dela, demonstrando assim que existem outros caminhos a serem seguidos longe das drogas e da violência, e um deles é o esporte, em especial o judô.
Redação e fotos localhost/sitepombal com a colaboração do Professor Vlademir.