Lambasaia faz 30 shows por mês com hit ‘Viajo nela’. Ivete, Claudia Leitte e Pabllo Vittar entram no ritmo. Ex-Kaoma diz que volta ‘pode funcionar’, mas não acredita em sucesso igual a anos 90.
No ritmo da lambada, o corpo de quem está sozinho automaticamente chama um outro para dançar.
Isso é o que Léo Dumóve, vocalista do grupo Lambasaia e autointitulado “o cafajeste da lambada”, descreve como a “magia” do gênero: a capacidade de unir até completos desconhecidos. “É uma melodia que você não se vê dançando sozinho”, explica.
Essa magia andava esquecida. A febre planetária do grupo Kaoma (aquele de “Chorando se foi…”) nos anos 1990 tornou o ritmo tão popular naquela época que o desgaste foi inevitável.
A lambada adormecia no leito da nostalgia até pouco tempo atrás, quando passou a dar sinais de vida na música pop, na esteira de um “revival” noventista na cultura.
Viajo nela
O sucesso repentino da banda liderada por Léo é um deles. Criada no início dos anos 2000 em Feira de Santana (BA), a Lambasaia entrou em hiato na fase de decadência do gênero. Voltou em 2018 com o novo vocalista e o que ele chama de uma “proposta ousada”: lançar um disco com músicas autorais e covers, todos em lambada.
O disco foi lançado em maio do ano passado, mas só explodiu em novembro, quando a banda conseguiu emplacar “Viajo nela”. A música sobre a paixão por uma garota de programa tem quase 2 milhões de audições no YouTube e entrou no repertório de Wesley Safadão.
O grupo faz cerca de 28 shows por mês e tem apresentações marcadas até junho, segundo Léo. “Não imaginamos todo esse sucesso. Pensamos que íamos chegar aos interiores, íamos fazer uns shows, ganhar um dinheirinho. Mas o que aconteceu foi muito maior”, diz.
O cantor critica as bandas “lamba não sei o quê”, que surgiram depois, tentando copiar seu estilo musical e de se vestir – ele considera suas marcas o chapéu e as camisas florais, que sempre usa no palco.
Fonte: g1.globo