Primeiro brasileiro morto por varíola do macaco lutava contra um câncer

Cinquenta dias após o país entrar oficialmente no mapa de infectados por monkeypox, popularmente conhecida como varíola do macaco, a doença provocou a primeira morte de um brasileiro. Trata-se de um homem de 41 anos, natural de Uberlândia, cidade do Triângulo Mineiro, que veio a óbito na quinta-feira em um hospital público de Belo Horizonte. 

De acordo com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, que confirmou a morte na sexta-feira, o paciente estava em acompanhamento hospitalar para monitoramento de outras condições clínicas severas, mas não resistiu. O Ministério da Saúde informou que ele possuía imunidade baixa e comorbidades, incluindo linfoma (câncer que ataca o sistema responsável por combater infecções), que levaram ao agravamento do quadro.

A causa da morte, afirmou o ministério em nota enviada à imprensa, foi choque séptico, agravado pelo vírus monkeypox. Foi também a vítima fatal registrada fora da África, onde a doença é endêmica. No mundo, apenas cinco pessoas haviam morrido por esse tipo de varíola durante o surto atual, apontavam os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), compilados no último dia 22

No mesmo dia em que o Brasil confirmou o sexto óbito global causado pelo vírus, a Espanha elevou o número de vítimas fatais para sete, sendo a primeira na Europa. As demais ocorreram na Nigéria (3) e na República Centro-Africana.

Segundo balanço do portal Our World In Data, especializado em mapear doenças  infectocontagiosas, mais de 18 mil casos confirmados de monkeypox no mundo, espalhados em 78 países. Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França lideram o ranking.

Os principais sintomas observados nos indivíduos infectados são febre, dor de cabeça, dores nas costas ou musculares, inflamações nos nódulos linfáticos, lesões na pele, que começam no rosto e se espalham pelo corpo, atingindo principalmente as mãos e os pés.

O vírus tem um período de incubação que pode variar de cinco a treze dias. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas duram de 16 a 21 dias.

Ao apresentar os sintomas da doença, a orientação da SMS é que o paciente busque uma unidade de urgência e emergência. Atualmente, a rede municipal dispõe de 16 postos de urgência que funcionam ininterruptamente, nos sete dias da semana, inclusive feriados, em regime 24 horas.