Os incêndios de Machombongo, no município de Ibicoara, e da Serra do Veneno, entre os municípios de Palmeiras e Lençóis, na região da Chapada Diamantina, sofreram um retrocesso ao longo desta segunda-feira (21). Os locais eram os pontos de maior preocupação por parte dos brigadistas e, segundo informações do Instituto Chico Mendes (ICMBio), tiveram o fogo controlado.
Segundo Marcela de Marins, analista do ICMBio, o progresso desta segunda-feira foi animador. “Os dois pontos ainda apresentam algum perigo, mas já estão em fase de monitoramento. Foi um grande avanço em relação ao que vinha acontecendo nos últimos dias”, contou.
Ainda de acordo com Marcela, a trilha da Gruta do Lapão, em Lençóis, já está liberada para visitação, e a perspectiva é de que as outras três trilhas suspensas: Fumacinha, Véu de Noiva e Cachoeira da Fumaça, sigam o mesmo caminho nos próximos dias.
Em contato com o G1, o Secretário do Meio Ambiente de Lençóis, Andrés Iglesias, comentou sobre o possível fim dos incêndios. “Se continuar no cenário atual, acredito que tudo pode ser resolvido nos próximos dias, e espero que isso realmente aconteça, porque todos já estão exaustos com essa situação”, resumiu o secretário.
Mesmo sem chuva no fim de semana, mais de 135 bombeiros estiveram em ação nos últimos dias. Entre eles estão 47 brigadistas da Defesa Civil Nacional, que chegaram na região na última quarta-feira (16).
Os incêndios
Cinquenta e um mil hectares de vegetação foram devastados nos três últimos meses pelo fogo na região da Chapada Diamantatina, na Bahia. O número equivale a aproximadamente 3.500 estádios do Maracanã. Do total, 15 mil hectares atingidos pelas chamas ficam dentro do Parque Nacional, que é uma área de preservação ambiental que abrange seis municípios.
O dado foi divulgado ao G1 pelo secretário estadual de meio ambiente do estado, Eugênio Spengler, e corresponde ao período entre 11 de setembro e 4 de dezembro. “Além do Parque, o restante da área atingida está distribuído em várias regiões como Rio de Contas, Andarai, Ibicoara, Barra da Estiva, Morro do Chapéu”, disse.
(Foto: Maj BM Vianey/Corpo de Bombeiros Militar)
De acordo com Spengler, um novo levantamento por georreferenciamento sobre a área atingida e os prejuízos causados à fauna e à flora local só deve ser realizado quando o incêndio for totalmente debelado. A destruição de orquídeas, a morte de animais e impacto sobre nascentes são apontados como as principais consequências do incêndio.
“Assim que desafogarmos o combate, complementaremos a informação a respeito da área queimada e da estimativa de prejuízos econômicos. Vamos tentar identificar culturas que podem ter sido atingidas e tentar mensurar, com maior detalhamento possível, impacto sobre fauna, flora e número de nascentes de rio atingidos.”, destacou.
Apesar da proximidade das festas de fim do ano, como o réveillon, a farta rede de hospedaria da Chapada, destino de turismo de aventura mundialmente conhecido, sente a redução do número de visitantes devido aos incêndios. Proprietários dos principais hotéis e pousadas da região afirmam que tiveram baixa de até 50% nas reservas, em comparação com o ano passado.
O secretário informou que o trabalho de combate ao fogo conta com mais de 150 militares da Bahia e do Distrito Federal. “Temos média de 150 militares e de 50 brigadistas voluntários que se somam ao esforço de combate. São mais de 35 dias combatendo. Agora, o combate está em Lençóis, Palmeiras e na região do Morro Branco. Há focos em Ibicoara, Andaraí, na região das Paridas e dentro da APA Iraquara. Essa região [APA Iraquara] tem bastante patrimônio histórico, como pinturas rupestres. É um sitio arqueológico e, além disso, são regiões de difícil acesso”, destacou o secretário.Bombeiro sobrevoa área queimada em Lençóis.
Fonte: G1 O Portal de notícias da Globo