Uma noite em que autoridades se encontram para debater a situação da segurança pública em Ribeira do Pombal. A audiência pública realizada da foi iniciada com a execução do Hino Nacional Brasileiro. Entre as autoridades presentes o juiz Dr. Paulo Henrique; promotor Dr. Ícaro; Coronel Adelmário Xavier (representante do secretário estadual de segurança pública); Major Juceval; Delegado Regional, Dr. Miguel; Delegado local, Equiber do Santos Alves; Tenente Danilo; Daniel Aroucha, presidente do Conseg (Conselho de Segurança Pública); todos os vereadores e o prefeito Ricardo Maia e membro da sociedade civil organizada. O primeiro a fazer uso da palavra foi o vereador Toninho, representando a bancada da oposição. Ele destacou a preocupação da casa legislativa com a questão da violência. O segundo a falar foi o vereador Fabio Alexandre, representando a bancada da situação. Fábio enfatizou a carência de ações para recuperar os jovens infratores. Em seguida o vereador Marcelo Brito se dirigindo ao Coronel Xavier relatou episódios de violência ocorridos na cidade e pediu providências do governo do estado principalmente quanto ao efetivo policial. Nathan Brito fez um comparativo da estrutura de segurança pública de outrora em Pombal em relação à atual, destacando a necessidade de mais um promotor e mais policiais, incluindo uma base da CIPE.
Daniel Aroucha, presidente do Conseg, explicou as funções do Conselho de Segurança, que às vezes é criticado exatamente por falta do entendimento por parte de alguns no que diz respeito à sua competência. Ele disse que a questão de violência não é apenas um caso de polícia, reivindicando mais investimentos por parte do governo do estado e do governo federal. Dr Boanerges, representando a Maçonaria, destacou a o papel da família e reivindicou um maior envolvimento da sociedade nesse debate. Para ele “a droga está destruindo a paz social”, afirmando que os crimes em grande escala estão relacionados a ela.
O professor Zezinho, morador do Bairro Caixa D’água, disse que já presenciou assassinato e fogo cruzado próximo à sua casa, um cenário diferente daquelo visto há pouco tempo quando as famílias sentavam em frente às suas casas sem temer cenas dessa natureza.
O professor Wladimir falou da importância do esporte para livrar nossas crianças e jovens do perigo das ruas.
A Audiência Pública seguiu com a palavra da professora Rosana, alertando para o cuidado que os pais devem ter com os seus filhos para que eles não sigam caminhos perigosos.” Vamos agir com ações preventivas, disse ela.
O mesmo raciocínio foi seguido por Arlete, defendendo ações sociais e reconhecendo a desestruturação das famílias como uma das causas para esse clima assustador que estamos vivendo. “Vamos resgatar esses laços familiares”, defendeu ela.
Depois de Arlete, Marcos, representando o Projeto Cruzeiro, sugeriu abordagens mais frequentes e blitz para identificar pessoas que porventura estejam armadas.
Dr. Roberval, médico do Hospital do Rim, destacou a falta de recursos humanos e melhores condições de treinamento para a polícia.
A soldado Rita Reis disse ser grata por participar do Proerd, que trabalha para conscientizar sobre o perigo das drogas, destacando o exemplo da Escola Maria Menezes onde o Proerd realizou um grande trabalho nesse sentido. Ela também lamentou que a família tenha perdido o controle dos filhos, momento em que foi aplaudida pela plateia.
O Tenente Danilo disse que em pouco mais de um ano em que está em Ribeira do Pombal percebeu a presença das facções criminosas como responsáveis por toda essa onda de violência. Ele aguiu que só polícia não resolve o problema e ver a família como parte da solução, uma vez que tem visto muitos adolescentes participando de festas sem o devido acompanhamento dos pais e defendeu políticas públicas para amenizar a criminalidade. “Apenas mais policiais e maior estrutura, apesar de importantes, não garante a solução, argumentou ele.
Antes de franquear a palavra às demais autoridades presentes, o presidente da Câmara Municipal, Roberto Alcântara, garantiu que todas as reivindicações e sugestões apresentadas na Audiência Pública, serão levadas aos órgãos competentes para possíveis soluções. Para ele um encontro como este serve para mostrar ao crime organizado que a sociedade está unida.
O Major Juceval Araújo agradeceu o convite e disse que a questão da segurança é bastante ampla, entendimento que ele percebeu no momento dos discursos. O Major esclareceu que o maior efetivo da 21ª Companhia Independente fica em Ribeira do Pombal. Ele ressaltou a união das policiais Civil, Militar; Federal e CIPE Litoral Norte em operações aqui na região.
Coronel Adelmário Xavier informou que tem um relatório sobre a violência em Ribeira do Pombal, que demonstra um aumento de mais de 40 por cento. Relatório que será apresentado nesta quarta-feira ao secretário de segurança pública. Ele garantiu um aumento do efetivo, ficando o Major já autorizado a fazer a solicitação. Haverá maior presença da polícia com viaturas e motos nas ruas, uma vez que os números são preocupantes.
Dr. Equiber dos Santos Alves, recorrendo a fábula da ratoeira, disse que o problema de um é o problema do outro. “A criminalidade é um problema da humanidade”, defendendo ações sociais e também uma legislação mais rigorosa, citando como exemplo a flexibilidade que se concedeu ao uso de drogas, que acabou favorecendo o tráfico e aumentando consideravelmente os índices de violência, fenômeno observado nos últimos dez anos, exatamente período em que houve a mudança na legislação quanto suavizaram as penas para os usuários.
Dr. Miguel, delegado regional, lamentou a Polícia Civil ter que tomar conta de presos que já deveriam ter sido transferidos e celas superlotadas. É uma responsabilidade que sobrecarrega o trabalho da polícia.
Paulo Rodolfo, representando a Polícia Federal, disse que apesar da principal atribuição da corporação ser o trânsito nas rodovias, a PF pode agir no combate a crimes como tráfico de drogas, crimes contra a vida e contra o patrimônio e informou que a mesma ganhos autonomia para elaboração de TCO em casos de crimes pequeno potencial ofensivo.
O promotor de justiça, Dr. Ícaro, lamentou a carência de promotores em várias cidades da Bahia. Ele também reconheceu a importância da criação a guarda municipal e cobrou a municipalização do trânsito e apontou a adoção de políticas públicas como fundamentais para combater a escalada da violência.
O prefeito Ricardo Maia parabenizou a iniciativa da casa legislativa pombalense em realizar a Audiência Pública, aproveitando para informar a preocupação que sua administração vem demonstrando com a situação da segurança pública, levando até as autoridades estaduais as reivindicações que já começam a ser atendidas, como observado nas palavras do Coronel Adelmário Xavier que garantiu a disponibilizar policiais de outras companhias para Ribeira do Pombal quando estes estiverem de folga. Maia destacou ainda a criação da guarda municipal quem em breve estará nas ruas totalmente equipadas, inclusive com três veículos, sendo dois deles pickupes. As parcerias que o município tem com projetos desenvolvidos visando incluir crianças e jovens no esporte, no lazer, na arte e na cultura também foram colocados em destaque pelo prefeito como instrumentos contra as drogas e a violência.
O último a falar foi o juiz Paulo Henrique que percebeu o quanto a população está preocupada com este momento de crescente criminalidade, clamando todos a assumir a responsabilidade com a questão, ressaltando o papel da família e da escola, sendo que, na sua visão, a primeira precisa estar mais atenta aos passos que os filhos estão dando na vida, e a segunda se apresentar de forma mais atrativa para os alunos, uma vez que estes não se sentem atraídos pela escola.
Redação: Pombalfm.com.br
Fotos: Repórter Paulo Andrade