SUICÍDIO: UM FENÔMENO SOCIAL

Por Tony Santos

Dois suicídios aconteceram em Ribeira do Pombal em menos de uma semana. O primeiro ocorreu 1º de junho, quando Nailson Nery de Oliveira (Bil), 44 anos, enforcou-se numa propriedade rural nas imediações do Caburé, o segundo foi o  Sr. José Oliveira da Silva (Messias), da Pousada São José, no centro da cidade, provavelmente em circunstâncias parecidas. Estes dois casos juntam-se a outros ocorridos na região e chamam atenção a frequência como esse tipo de morte vem acontecendo por essas bandas.

Para tentar explicar essa tendência suicida que assusta a região, é preciso recorrer a Èmile Durkheim, sociólogo, psicólogo social e filósofo francês que ao pesquisar sobre o suicídio no século XIX, enxergou esse fenômeno sempre como um caso social, dando a ele três classificações. O primeiro, o suicídio egoísta é quando a relação indivíduo e sociedade se afrouxam e a pessoa não ver mais sentido em continuar vivendo. O segundo, o suicídio altruísta é aquele em que o indivíduo entende que é um dever seu faze-lo por obediência a um grupo social restrito, como é o caso dos terroristas. O terceiro, o suicídio anômico, acontece em momentos de crise econômica, principalmente quando a pessoa perde suas posses e entra em falência.

A pretensão aqui não é definir em qual dessas modalidades os dois episódios ocorridos em Ribeira do Pombal estão ineridos, mas uma coisa não se pode descartar que eles podem fazer parte de um contexto humano conflituoso e turbulento que provoca uma aguda falta de esperança no futuro. É muito difícil explicar os motivos para tais atitudes contra a própria vida, principalmente para quem perde um ente querido em circunstâncias tão tenebrosas. Só nos resta, então, demonstrarmos solidariedade aos familiares diante de tamanha dor.