VÍTIMAS ALGOZES

Por Tony Santos

Nunca se imaginou que aquela criança que os pais carregaram nos braços, que os avós viram crescer, teria um fim tão prematuro. O futuro para ela não chegou e jamais chegará. A vida para ela foi apenas um curta metragem de mau gosto que mal começou e já terminou.

Sabemos que a morte não escolhe idade. Mas ultimamente ela tem tido um alvo preferido. São adolescentes e jovens que tombam ao impacto de balas de todos os calibres. Que caem em calçadas, ruas, bares e até mesmo dentro de casa alvejados por disparos que colocam em risco até os familiares.

O ano passado foram 23 homicídios, este ano já são doze, com dois jovens assassinados em menos de 24 horas.

E a discussão é sempre a mesma: polícia, polícia. Esta tem trabalhado muito. E parece está enxugando gelo. Infelizmente, uma geração se perdeu. Falharam a família, a escola, as autoridades, enfim, toda sociedade. E agora, busca-se um culpado quando o culpado somos todos nós, pois as vítimas sociais que produzimos ontem são os nossos algozes de hoje e continuarão sendo no porvir, seja por levar um celular, um veículo ou até mesmo a nossa vida ou de um familiar. Não é mau agouro, é uma realidade que infelizmente estamos vivendo e não sabemos quando terá fim. Para essas vítimas algozes nem suas próprias vidas valem alguma coisa, imagine a nossa.

Enquanto isso, continuamos contando corpos e cavando covas sepultando o futuro porque ele está morrendo antes mesmo de chegar.